muitos retalhos

quarta-feira, junho 20, 2012

Manif

Eu queria tanto pôr aqui fotos do mês de maio, que foi tão recheado, mas a tecnologia aqui em casa não faz jus a quem mora nela! Portanto, aguardai, que eu também vou aguardando pacientemente pelo dia em que possa encher este blog de imagens :)

segunda-feira, junho 18, 2012

Escritas perscrutadoras.....

Há textos e textos.... Sempre fui muito apreciadora da leitura, seja fabulada ou verídica. Deixo aqui uma carta que MEC escreveu, na sequência da operação que a mulher fez a um tumor alojado no cérebro e o comentário feito por Tiago Cavaco à mesma. A leitura da primeira deixa-nos inquietos e quiçá pouco à vontade, em virtude da abordagem crua e directa e após as últimas crónicas terem mostrado um autor quebrado, apaixonado pela mulher, pela vida, uma escrita emocionada. A leitura da segunda faz-me exclamar "pois!", porque ao ler a primeira faltaram-me as palavras para poder opinar sobre ela, mas no fundo conseguia compreendê-la, sem ainda conseguir formular o discurso.

“Deus,
Bem avisaste que eras um Deus invejoso e vingativo. Também sei que Job era um caso-limite: uma ameaça do que eras capaz. Nem eu nem a Maria João temos um milésimo da obediência e da resignação de Job. E castigaste-nos menos. Mas foi de mais.
De certeza absoluta que nos amamos mais um ao outro do que te amamos a Ti. Sabemos que isto não está certo. Mas foste Tu que nos fizeste assim. Admite: deste-nos liberdade de mais. Foste presunçoso: pensaste que Te escolheríamos sempre primeiro. Enganaste-Te. Quando inventaste o amor, esqueceste-Te de que seria mais popular entre os seres humanos do que entre os seres humanos e Tu. Por uma questão de tangibilidade. E, desculpa lá, de feitio. Tu, Deus, tens o pior das arrogâncias feminina e masculina. Achas que só existes Tu. Como Deus, até é capaz de ser verdade. Mas, para quereres ser um Deus real e humanamente amado, tens de aprender a ser um amor secundário. Sabemos que és Tu que mandas e acreditamos que há uma razão para tudo o que fazes, mesmo quando toda a gente se lixa, porque não nos deste cabeça para Te compreender. Esta deficiência foi uma decisão tua: não quiseste dar-nos a inteligência necessária.
Mas deste-nos cabeça suficiente para Te dizer, cara a cara, que nos preocupamos mais com os entes amados do que contigo. Ajuda a Maria João, se puderes.
Se não puderes, não dificultes a vida a quem pode ajudar. Faz o que só um Deus pode fazer: reduz-te à tua significância. Que é tão grande".
(MEC)


«...esta semana trouxe (...) relatos preciosos sobre a nossa condição humana mais básica. É compreensível que as pessoas que se tenham emocionado com o texto do Miguel Esteves Cardoso de segunda-feira não reajam com o mesmo à-vontade ao de (...) quinta. Uma coisa é a dor, outra coisa é tratar da dor com Deus. No meio da heterodoxia da carta do MEC a Deus há uma compreensão assombrosa e certeira daquilo que Ele é e que, por consequência, pede de nós. O Miguel entendeu perfeitamente o Deus da Bíblia que espera que O amemos e louvemos acima de todas as coisas. Vejo no Miguel aquela mistura complicada de rebeldia e submissão que faz parte da história de qualquer verdadeiro adorador (as personagens bíblicas com mais intimidade com Deus previamente lutaram com Ele). Como cristão sinto que a disciplina mais indicada nestas ocasiões é "chorar com os que choram" e a oração....» (TC)

Este post não é para "copy paste", é apenas para ler e meditar....

terça-feira, junho 05, 2012

Li num livro....

«Sê paciente em relação a tudo o que está por resolver no teu coração e tenta amar as próprias interrogações. Não procures as respostas que não te podem ser dadas, porque não serias capaz de as viver. E o propósito é viver tudo. Vive as interrogações agora. talvez então, gradualmente, sem que repares, possas um dia, no futuro distante, dar com as respostas»
Rainer Maria Rilke in Um ano à beira-mar