Estado de sítio
Ouço ao longe um barulho, que me parece ser o de um helicóptero e automaticamente a minha apreensão vai para os incêndios. Estive 2 dias fora de Ponte de Sor. O suficiente para acontecer incêndios aqui na zona e para me consternar perante a morte de José Hermano Saraiva (tudo o que se possa dizer será sempre pouco acerca de tamanho vulto).....
Hoje regressei ao trabalho com uma actividade na barragem do Maranhão, o que automaticamente significaria uma viagem de Ponte de Sor a Avis. Desconhecedora da dimensão das coisas, lá fui de espírito leve viagem fora. Questionei os meus companheiros acerca dos tão falados fogos. Descontei algum exagero da parte deles à medida que ia ouvindo. Foi então que tudo mudou. Foi então que de repente a paisagem perdeu o verde e vejo-me rodeada de um cinzento fúnebre, de uma natureza morta (na verdadeira acepção da expressão). Aqui e ali alguns montículos ainda fumegavam. Fez-se silêncio. Ouviram-se lamentos. Num pequeno povoado, o fogo chegou às casas. Piquetes de bombeiros de Sobral de Monte Agraço, Sousel, Arruda dos Vinhos, Proença -a-Nova, Fronteira impunham o respeito e mereciam o nosso olhar de admiração. Ali estavam a vigiar aquela zona decrépita e fantasmagórica. Continuámos a nossa viagem, até o verde ganhar de novo o seu espaço.
O regresso voltou a fazer-se silencioso naquela zona. Pela rede social deambulam homenagens aos homens que enfrentam as chamas, fotos, pedidos de cooperação em termos de géneros alimentícios, protestos contra políticas..... o que sei é que me doeu muito ver aquele cenário bem real. Imaginar o momento em que, debaixo deste calor tórrido, os homens teriam combatido aquele incêndio foi sufocante.
Nestas alturas, a sede de justiça vem ao de cima. O desejo de ver a punição efectiva e eficaz em quem fez. Por vezes, assiste-se a uma sede de justiça desmesurada, mas, dada a revolta que cria no coração, não se poderia dizer totalmente despropositada.
Custa tanto ver o nosso país assim. Custa ainda mais quando é a nossa terra, a nossa paisagem quotidiana, aquilo que faz parte da nossa história.
Entretanto, na rede social apercebo-me que ao sul, outro incêndio de grande proporções destruiu por completo uma zona que há muito sonhava conhecer e ainda não tinha tido oportunidade: Pego do Inferno, em Tavira. Era uma cascata paradisíaca. Era....
Hoje regressei ao trabalho com uma actividade na barragem do Maranhão, o que automaticamente significaria uma viagem de Ponte de Sor a Avis. Desconhecedora da dimensão das coisas, lá fui de espírito leve viagem fora. Questionei os meus companheiros acerca dos tão falados fogos. Descontei algum exagero da parte deles à medida que ia ouvindo. Foi então que tudo mudou. Foi então que de repente a paisagem perdeu o verde e vejo-me rodeada de um cinzento fúnebre, de uma natureza morta (na verdadeira acepção da expressão). Aqui e ali alguns montículos ainda fumegavam. Fez-se silêncio. Ouviram-se lamentos. Num pequeno povoado, o fogo chegou às casas. Piquetes de bombeiros de Sobral de Monte Agraço, Sousel, Arruda dos Vinhos, Proença -a-Nova, Fronteira impunham o respeito e mereciam o nosso olhar de admiração. Ali estavam a vigiar aquela zona decrépita e fantasmagórica. Continuámos a nossa viagem, até o verde ganhar de novo o seu espaço.
O regresso voltou a fazer-se silencioso naquela zona. Pela rede social deambulam homenagens aos homens que enfrentam as chamas, fotos, pedidos de cooperação em termos de géneros alimentícios, protestos contra políticas..... o que sei é que me doeu muito ver aquele cenário bem real. Imaginar o momento em que, debaixo deste calor tórrido, os homens teriam combatido aquele incêndio foi sufocante.
Nestas alturas, a sede de justiça vem ao de cima. O desejo de ver a punição efectiva e eficaz em quem fez. Por vezes, assiste-se a uma sede de justiça desmesurada, mas, dada a revolta que cria no coração, não se poderia dizer totalmente despropositada.
Custa tanto ver o nosso país assim. Custa ainda mais quando é a nossa terra, a nossa paisagem quotidiana, aquilo que faz parte da nossa história.
Entretanto, na rede social apercebo-me que ao sul, outro incêndio de grande proporções destruiu por completo uma zona que há muito sonhava conhecer e ainda não tinha tido oportunidade: Pego do Inferno, em Tavira. Era uma cascata paradisíaca. Era....
2 Comments:
O Pego do Inferno, penso que nao ardeu.
Sim Ana, estes ultimos dias foram um inferno autentico. Há 2 noites, da varanda da minha casa, consegui ver um pouquinho das chamas que deflagravam a Tramaga. Foi horrivel. De um dia para o outro Portugal e Ilhas começaram a arder...
Raquel Santos
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