Leituras numa tarde retida em casa....
DAS COISAS
A bengala, as moedas, o chaveiro,
a dócil fechadura,
essas tardias notas
que não lerão meus poucos dias
que restam,
o baralho e o tabuleiro,
um livro e dentro dele
a esmagada violeta,
monumento de uma tarde
por certo inolvidável e olvidada,
o rubro espelho ocidental em que arde
uma ilusória aurora.
Quantas coisas,
limas, umbrais, atlas, copos, cravos,
nos servem como tácitos escravos,
cegas e estranhamente sigilosas!
Durarão para além do nosso olvido
e nunca saberão que já nos fomos.
Jorge Luís Borges
"... Hoje sou pastor de rios, sentinela de colinas, mirante das fortalezas nas ameias das neblinas... é por mim que à noite os ventos vêm chorar sobre as ruínas..."
António Estebanez
"... E de novo acredito que nada do que é importante se perde verdadeiramente.
Apenas nos iludimos, julgando ser donos das coisas, dos instantes e dos outros.
Comigo caminham todos os mortos que amei, todos os amigos que se afastaram, todos os dias felizes que se apagaram.
Não perdi nada, apenas a ilusão de que tudo podia ser meu para sempre."
Miguel Sousa Tavares
Foram poemas / frases que me despertaram a atenção... não porque concorde necessariamente com eles (como o último), mas que me fazem pensar...
A bengala, as moedas, o chaveiro,
a dócil fechadura,
essas tardias notas
que não lerão meus poucos dias
que restam,
o baralho e o tabuleiro,
um livro e dentro dele
a esmagada violeta,
monumento de uma tarde
por certo inolvidável e olvidada,
o rubro espelho ocidental em que arde
uma ilusória aurora.
Quantas coisas,
limas, umbrais, atlas, copos, cravos,
nos servem como tácitos escravos,
cegas e estranhamente sigilosas!
Durarão para além do nosso olvido
e nunca saberão que já nos fomos.
Jorge Luís Borges
"... Hoje sou pastor de rios, sentinela de colinas, mirante das fortalezas nas ameias das neblinas... é por mim que à noite os ventos vêm chorar sobre as ruínas..."
António Estebanez
"... E de novo acredito que nada do que é importante se perde verdadeiramente.
Apenas nos iludimos, julgando ser donos das coisas, dos instantes e dos outros.
Comigo caminham todos os mortos que amei, todos os amigos que se afastaram, todos os dias felizes que se apagaram.
Não perdi nada, apenas a ilusão de que tudo podia ser meu para sempre."
Miguel Sousa Tavares
Foram poemas / frases que me despertaram a atenção... não porque concorde necessariamente com eles (como o último), mas que me fazem pensar...
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